sábado, 17 de novembro de 2012

Atitude de Homem

Leto Vieira

O Homem moderno tem se mostrado mais vaidoso. Está atento aos cuidados com a pele, com o cabelo e passou a freqüentar, assiduamente, os salões de beleza, ambientes antes destinados apenas às mulheres. No quesito saúde, no entanto, essas novas concepções sociais masculinas não têm sido suficientes para que alguns homens adotem hábitos regulares de visita ao médico e realizem exames preventivos.

Essa prevenção é uma atitude defendida por muitos especialistas, que acreditam na importância da detecção prematura de algumas doenças, entre elas, as que estão ligadas à próstata. A neoplasia maligna (câncer) tem sido a mais freqüente. De acordo com o urologista Marcio Marcos, além da predisposição hereditária, outros fatores como a vida agitada, o consumo de gordura animal, o fumo e a falta de atividade física, podem colaborar para surgimento do câncer de próstata.

 Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número de novos casos de tumores malignos de próstata no Brasil, em 2010, foi de 52.350. Na Bahia, a estimativa para o mesmo ano foi de 2.970 ocorrências, sendo 730 apenas em Salvador. Ainda conforme informações do INCA, quase 12 mil pessoas morreram em decorrência da doença em 2008. Esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma) e em valores absolutos, é o sexto no mundo.

O quadro é alarmante. No entanto, a enfermidade tem possibilidade de tratamento e cura em grande parte dos casos diagnosticados precocemente. Porém, o preconceito é um grande obstáculo a ser vencido, já que entre os exames a serem realizados está o “temido” toque retal, visto como constrangedor pela grande maioria dos homens.


O jornalista Perfilino Neto, 70, venceu o tabu aos 40 e passou a freqüentar o consultório do urologista periodicamente para fazer os exames da próstata. Isso ocorreu ao saber de pessoas conhecidas, colegas e amigos mais jovens que já haviam sido acometidos pelo câncer. Alguns deles morreram.

Foi graças à prevenção, que Perfilino descobriu que sua próstata estava tendo um crescimento anormal. Iniciou o tratamento com medicamentos, alguns até importados. O jornalista conta que “a principio, a doença estabilizou, mas depois, de acordo com o especialista, não havia mais regressão.”

Dr. Márcio Marcos         Foto: Leto Vieira

                                

Seguindo o conselho do médico, Perfilino optou por fazer uma cirurgia para a retirada da próstata, em 2006. Felizmente, após a biópsia, ficou constatado que o tumor era benigno. Considerando tudo que teve de superar, o jornalista deixa o recado: “Diante da vida e do preconceito, sou a favor da vida, por isso acho que o homem deve se precaver e fazer seus exames periodicamente”.

Embora não tenha sido um dos fatores, no caso de Perfilino, o histórico familiar é bastante relevante na decisão de quando consultar o urologista. O doutor Márcio Marcos alerta que o indivíduo com parentes de primeiro grau - avô, pai, tio ou primo – que tiveram esse tipo de câncer, precisa fazer um acompanhamento médico a partir dos 40 anos. Se não há casos na família, ele recomenda que aos 45 é o suficiente.

Conheça a próstata

                                                                            Imagem: internet


Entenda a doença


A próstata é uma glândula que só existe no homem e, junto com o testículo e as vesículas seminais, tem a função de ajudar na produção do liquido espermático.  Fica localizada logo abaixo da bexiga, entre o osso púbico e o reto, pesa aproximadamente 20 gramas e é atravessada pela uretra.

O câncer da próstata ocorre quando há o crescimento anormal e incontrolado das células da glândula que, em sua fase inicial, tem uma evolução silenciosa. 


                                                     Imagem: internet

Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes ao crescimento benigno da próstata, como dificuldade miccional e aumento diurno e noturno da freqüência urinária. Uma fase avançada da doença pode ser caracterizada por um quadro de dor óssea, dificuldades do trato urinário ou, quando mais grave, por infecções generalizadas ou insuficiência renal.

O diagnóstico é feito pelo exame clínico (toque retal) e pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA, sigla em inglês), que podem sugerir a existência da doença e indicarem a realização de ultra-sonografia pélvica, que poderá sugerir a possibilidade de se realizar a biópsia prostática transretal.


“O exame de toque retal é simples, rápido e leva, no máximo 30 segundos, embora possa ser um pouco incômodo para alguns. Mas é claro que, por envolver todo esse tabu, o médico precisa ser ainda mais cuidadoso com o paciente”, esclarece o urologista Marcio Marcos.


Em caso da constatação de um câncer de próstata, a depender do estágio clínico, é feita a escolha da melhor forma de tratamento. Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo uma observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença com avanço local, radioterapia ou cirurgia em combinação com terapia hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática (disseminação da doença para outras partes do corpo), normalmente se faz a escolha pela hormonioterapia.

O Exame


                                                                Imagem: internet
 

Um comentário:

  1. Um excelente médico,ele é o verdadeiro papá da medicina,esse o Dr. Marcio Marcos, o médico de roda minha família 👏👏👏🙏🙏🙏

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