Ilustração de divulgação |
Ao que parece a prefeitura de Salvador está com
talento de sobra para promover ações que a coloca em verdadeiras
“saias justas”. A primeira delas foi quando a Secretaria de Urbanismo e
Transporte Público, que tem como titular da pasta José Carlos Aleluia, anunciou
pouco antes do carnaval que os mototaxistas não poderiam trabalhar durante a
folia de Momo.
Mototaxistas em protesto contra veto no carnaval - Foto: A Tarde |
O anúncio feito através da grande imprensa,
provocou ira nos mais de 6 mil profissionais que circulam pela capital baiana.
Cerca de dois mil deles, partiram do
Largo do Retiro em direção ao centro da cidade para protestar contra a decisão
da prefeitura. Após mais uma segunda manifestação mostrando de força e união da
categoria, uma autorização velada foi ventilada por meios não oficiais e os
mototaxistas (devidamente equipados e documentados, segundo as regras do
CONTRAN) não foram incomodados.
Vale dizer que os mototaxistas, segundo o
presidente do sindicato da categoria, Henrique Baltazar, lutam para
regulamentar a profissão em Salvador e que a queda de braço já dura pelo menos,
07 anos. Já a prefeitura, diz que enquanto não houver a regulamentação, a
atividade é ilegal. Ainda mais preocupante, é a posição do poder público
municipal ao não demonstrar nenhum interesse em tornar regular a profissão.
Agora, mais precisamente no último domingo(17), a imprensa local noticiou que a prefeitura, através da Secretaria da Ordem
Pública (o nome lembra o tempo da ditadura militar) começaria as ações da
“Operação Ordem na Casa” e o alvo seriam os ambulantes que ficam nas passarelas
da cidade. Mais uma vez o medo e apreensão tomaram conta daqueles que alimentam
suas famílias em suas atividades. Em entrevista ao jornal A Tarde, a secretária
Rosemma Maluf, chegou a dizer que a prefeitura se preocupava com o impacto da
ação. "Existe, sim, uma sensibilidade
social. No entanto, um gestor público tem que pensar na coletividade, e não no
indivíduo", afirmou ao periódico a titular da pasta.
Ambulantes ameaçados pela prefeitura de Salvador-BA |
Depois das críticas ácidas feitas pelos programas
populares e das associações que defendem
os interesses dessas pessoas tomarem pé da situação, a prefeitura, mais uma vez
recuou dos seus planos e abriu o debate para junto com os interessados achar
uma melhor solução.
Esse Vô num
Vô da atual administração municipal, não faz nenhum bem a imagem que o
jovem gestor ACM Neto deseja criar para poder alçar voos mais altos. Afinal,
mesmo reconhecendo o erro e voltando atrás nas decisões, tais acontecimentos
podem dar a entender que os projetos da prefeitura carecem de estudos mais
aprofundados e sensíveis aos seus efeitos colaterais.
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