COLUNA [Novo Cinema Velho]
Por Daniel Mendes
Quem assistiu a premiação do Oscar 2012 testemunhou a grande vitória do filme francês O Artista, dirigido por Michel Hazanavicius (que também arrebatou o Oscar
de direção). Eu digo testemunhou, porque o que vimos foi, de fato, um
momento histórico que refletiu uma espécie de “caminho de volta” que
está acontecendo no Cinema Internacional.
Em
meio há uma exacerbada evolução tecnológica dos filmes, cada vez mais
em 3D e coisa e tal, um grupo considerável de realizadores caminha em
sentido contrário a tudo isso e cada vez mais busca exatamente o oposto,
retomar a essência do que já foi um dia a sétima arte. Com a chegada do
Cinema Digital, uma gama de novos diretores está conseguindo realizar
seus filmes de forma simples e com menores custos, bem distante do
universo das grandes produções que lotam os multiplex mundo a fora.
É
refletindo sobre esse contexto contemporâneo que podemos começar a
entender por que um filme francês, mudo e em preto & branco, em
pleno século XXI, venceu o prêmio mais cobiçado do Cinema americano. O
que o filme de Hazanavicius faz é muito mais do que apenas homenagear os
filmes antigos dos tempos de Charles Chaplin, Buster Keaton e David
Griffith, ele vai bem além disso. O Artista
é um angustiado e agoniante grito de liberdade contra tudo o que as
grandes corporações cinematográficas querem fazer ser o novo Cinema.
E Hollywood entendeu bem a resposta francesa e fez não mais do que a sua obrigação de reconhecer a crítica e a sugestão dada pelos herdeiros de Godard e Truffaut. Espero que depois do sucesso de O Artista, eu veja mais filmes preocupados em nos conquistar pela grandiosidade de suas narrativas, e menos aqueles que se preocupam em nos entreter com a grandiosidade de seus efeitos. Nada contra, mas carros e tiros voando ao nosso lado já bastam nas ruas do nosso cinematográfico Brasil.
E Hollywood entendeu bem a resposta francesa e fez não mais do que a sua obrigação de reconhecer a crítica e a sugestão dada pelos herdeiros de Godard e Truffaut. Espero que depois do sucesso de O Artista, eu veja mais filmes preocupados em nos conquistar pela grandiosidade de suas narrativas, e menos aqueles que se preocupam em nos entreter com a grandiosidade de seus efeitos. Nada contra, mas carros e tiros voando ao nosso lado já bastam nas ruas do nosso cinematográfico Brasil.
Daniel Mendes é jornalista e crítico cultural. Escreve também para os blogs: Mais Caribe e Cultura Para Desocupados.
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